sábado, janeiro 09, 2010

Sinceridade.


Prólogo.

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“Meu sonho sempre foi ser carismático.

Marcar a vida de alguém.

Ser seguro.

Ter algum dom, ser bom em algo especifico podendo ajudar alguém com isso, ou simplesmente às vezes ser lembrado por esse motivo.

Ser um rockstar cabeludo drogado louco.

Que faz tudo o que quer, fica pelado nos shows e come umas 20 mulheres durante o mesmo.

Não ter medo de nada, ser extrovertido e feliz.”


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Coração aberto.

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Após 40 minutos de uma viagem maravilhosa em um sábado de manhã, eu sempre sabia o que me esperava na casa da minha avó. Gente, muita gente.

De todos os tipos possíveis. Meus avós, meus tios, meus primos e amigos... Todos juntos vivendo tardes felizes.

Preocupação não havia. O lema era se divertir. Brincar e sorrir.

Essa talvez seja a coisa mais pura que eu tenha, morta dentro do meu coração de pedra, afinal, ele já foi de carne e cheio de amor.

Sei que meus problemas talvez não sejam tão graves, que existem pessoas em situações piores... mas quer saber, que se dane. O sofrimento dos outros não deve servir de conforto para que não liguemos para os nossos.

Meu nome é Max, tenho 19 anos, e não sei mais o que é me sentir “em paz”.

Eu trabalho, estudo, e meus finais de semana são o tesouro da minha vida, afinal, é o tempinho que eu tenho para viver um pouco.

Meu trabalho é bom, estressante, mas bom, e eu ganho um salário legal (merecia muito mais pelo stress que passo, mas isso é detalhe...).

Na facul eu também vou bem, mas terei nos próximos 2 anos bilhões de trabalhos para entregar, e cursos para fazer, coisas que eu não estou nem um pouco a fim de se quer pensar em começar. Vai ser MUITO CHATO.

Sobre minha vida amorosa? Bem, eu namorei só uma vez, mesmo que tenha durado menos de um mês (sim sou idiota) foi muito legal, pois eu nunca briguei e só tenho lembranças boas do fato, menos de quando eu tive que ser honesto e estragar tudo... (pelo menos por um tempo, pois hoje graças a deus eu sei que ela esta muito mais feliz do que eu jamais me imaginei estar haha, e isso alivia demais o sentimento de culpa que eu guardo por tê-la magoado um dia.).

Fora isso, meu coração só levou porrada. Foi por varias vezes obrigado a descer num tobogã de giletes mergulhando em uma piscina de álcool.

Isso me fez tomar o rumo da solidão.

Minha vida atualmente é 100% nostalgia

Chega a noite, chega a tristeza, os pensamentos ruins.

Eu não faço mais “a diferença”. Sinto-me um inútil.

Enxergo a vida em preto e branco, e não gosto de como ela se tornou com o passar do tempo.

A morte da minha avó em 2003, por exemplo, foi um choque. Eu a amava assim como amo minha mãe. Ela fazia uma comida maravilhosa, era muito carinhosa comigo... eu era um pintinho e ela era a galinha dona das asas que eu me escondia haha...

Ela era escandalosa, sempre bem humorada. Dava a nossa casa um clima de alegria que não existe mais.

Eu a amava muito.

Mas depois de quase 1 ano lutando contra um câncer repentino no pulmão... ela veio a falecer.

Por tudo que ela já havia sofrido nesse ano, tenho certeza que foi o melhor, Deus sempre faz o melhor.

Hoje eu posso me considerar uma criança sendo obrigada a viver como adulto.

Não consigo parar de pensar na minha infância...

Ser criança, sem preocupações. Brincar de pega-pega e esconde-esconde, brincar de Colapsols com o Romário, confessar minhas intimidades com a Bianca, ver meu primo Leo jogar um Tomb Raider no sega saturno dele, ouvir as histórias do Eliseu que parecia bem mais velho e experiente, jogar Tartarugas Ninja no meu primo Rafa, ganhar bala do meu avô, brincar de gigantes do ringue, psicólogo, gladiador, bonequinhos, videogame e pokemom com meu amigo “ex” gordo, William...

Era tudo mágico...

Era e nunca mais vai ser...